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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Os Três mal-amados...(fragmento)

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

João Cabral de Melo Neto

*Este poema está dedicado a mi acompañante en el flamante viaje por Jamaica...jejeje

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Para un amor patagónico......

Muchacha, ojos de papel,
adónde vas,
quédate hasta el alba.
Muchacha, pequeños pies,
no corras más,
quédate hasta el alba.
Sueña un sueño despacito
entre mis manos,
hasta que por la ventana suba el sol.

Muchacha, piel de rayón,
no corras más,
tu tiempo es hoy.
Y no hables más, muchacha,
corazón de tiza,
cuando todo duerma, te robaré un color.

Muchacha voz de gorrión,
adónde vas,
quédate hasta el día.
Muchacha, pechos de miel,
no corras más,
quédate hasta el día.

Duerme un poco y yo entretanto construiré
un castillo con tu vientre hasta que el sol,
muchacha, te haga reír hasta llorar...

sábado, 5 de julho de 2008

Otra razón para conectarme con vos (Colonia-Uruguay)


Como un mural que tengo pegado a mi mente
recuerdo cuando me dijiste que el mejor atardecer
que habías visto era el de Colonia (Uruguay)...
hace mucho tiempo vengo recorriendo tus pasos,
tal vez cuando nos dimos cuenta que mis pies
no podían soltar los tuyos...
que en algún momento se cunfundieron
y yo comencé a caminar tus pasos y tú los mios....
tenemos tanto por decirnos,
pero algunas veces
no somos comprensivos con el tiempo,
hoje mais que qualquer outro día preciso de você...
preciso suas canções, sua voz, seu sorriso...
lembro tudo de você, não sei si posso estar sim você...
ainda lembra isso, né?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Amazónica añoranza....




Como un acto reflejo,
me despertaba
y ya no veía tu cuerpo....
ahora,
no duermo.

.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Invierno sin vos


El frío ha sido despiadado....






















....Y mi reflejo no ha sido tierno como vos...

sábado, 28 de junho de 2008

Una nueva vida




Soltando las cadenas del pasado.....